Na última quarta-feira (9), a atriz e humorista Nany People relembrou o início de sua carreira e as lutas que precisou enfrentar como mulher trans para conquistar o sucesso, em entrevista concedida ao Programa Pânico, da Jovem Pan.
“Meu negócio sempre foi o teatro. Aos 4 anos de idade, subi no palco de uma quermesse e cantei para ganhar um brinquedo rosa que meu pai não queria me dar. Ali, ficou claro que teria que fazer por mim mesma para alcançar tudo o que eu quisesse na vida. Aos 10 anos, comecei a estudar teatro e, aos 20, fui para São Paulo. Ganhei dinheiro fazendo shows em teatros e eventos, só não virei put* por falta de talento porque vocação eu tenho”, contou a famosa que participou da novela global ‘O Sétimo Guardião’.
Nany também falou sobre a descoberta de sua transsexualidade, e que recebeu o apoio da mãe desde a sua infância. “Em 1973, aos 8 anos, eu não podia sair para o recreio na escola. A diretora chamou minha mãe e disse: ‘você sabia que o seu filho tem um problema?’, mas mamãe respondeu: ‘não é um problema, é a condição dele e cabe à senhora, como educadora, fazê-lo a pessoa mais feliz do mundo’. Dessa forma, minha mãe me ensinou muito sobre autoestima e amor próprio. Ainda fiz acompanhamento psiquiátrico até os 18 anos para superar o ‘desvio’ da sexualidade, mas não adiantou nada”, se recordou a atriz.
Por fim, Nany que é conhecida por tecer críticas à Parada Gay, voltou a reforçar o seu posicionamento sobre o ato. “Mantenho a mesma visão há 20 anos. A Parada Gay se tornou uma ode para instigar todo mundo a vir para São Paulo exigir e gritar por respeito. No entanto, quando realmente precisa-se da comunidade LGBT para salvar alguém de uma atrocidade, não aparece um. Liberdade você não impõe, mas conquista. A política se faz no cotidiano, dentro de casa, no trabalho e na sua própria rua. Só assim você ganha o mundo”, finalizou a famosa.
Fonte: Muka Oliveira (OBSERVATÓRIO G)
Yorumlar